Alpe d'Huez é Alpe d'Huez...

O ataque do Sastre no 1º km fica na memória.

_________________
“No one should expect that any logical argument or any experience could ever shake the almost religious fervor of those who believe in salvation through spending and credit expansion.”

O que falta ao Alpe d Huez é um subida dura antes também para não andarem a fazer 20km planos pelo vale.

Por acaso não deve haver mais nenhuma subida que eu associe logo a um corredor como o Aspin com o Riccò. Sempre que vejo o nome Aspin numa etapa, lembro-me dele sem excepção.

_________________

20-0, bela goleada. À tarde lanço nova votação.

_________________

Muro di Sormano vs Mirador de Ézaro

Regressamos a Itália, desta vez com uma subida que, não sendo uma habitué no Giro, é no entanto famosa por outra conhecida prova, no caso o Giro di Lombardia. Estamos agora com o Muro di Sormano (que apresenta também um irmão, a Colma di Sormano, que se situa numa estrada paralela, e termina no mesmo local). Esta subida é verdadeiramente temível, especialmente pela sua parte final, com rampas bem acima dos 10%. Apesar de, em toda a sua extensão, serem cerca de 10.5 km a 7% de inclinação média, os últimos 2100 metros tem uma inclinação que ronda os 14%!

Em 2015 o Giro di Lombardia regressa ao Muro di Sormano após alguns anos de ausência. Apesar da subida estar situada a cerca de 50 quilómetros da meta, o pelotão passou completamente dizimado por esta subida. Seria Vincenzo Nibali que acabaria por vencer a corrida.


Estamos na presença de mais um verdadeiro "muro". O Mirador de Ézaro não é propriamente a mais típica das montanhas, mas apresenta inclinações verdadeiramente assustadoras, com rampas que atingem mais de 20% de inclinação. Esta foi mais uma inovação recente da Vuelta, tendo esta subida sido descoberta para o ciclismo no ano de 2012. Desde aí, em mais 3 ocasiões a Vuelta ultrapassou esta subida, sendo que também o Gran Camiño já a utilizou em competição. São apenas 1800 metros, mas a inclinação média supera os 14%, sendo portanto uma das mais inclinadas subidas do ciclismo internacional!

Como referido, em 2012 o Mirador de Ézaro estreou-se na Vuelta. Nesse ano ocorreu domínio espanhol, com Joaquin Rodriguez a vencer no Mirador, seguido por Contador e Valverde. Com essa vitória, Rodriguez assumia a liderança da Vuelta.

_________________

Muro di Sormano. O Ezaro é mais uma como muitas outras que a Vuelta trouxe para a ribalta nos últimos anos, não tem muito de especial, imo.

Muro di Sormano, tem de ser porque já a subi. E fica numa zona sagrada no que toca a ciclismo.

Naranco vs Lagos de Covadonga

O Alto del Naranco é uma subida que se situa mesmo ao lado da cidade de Oviedo, nas Astúrias. Esta é uma subida bastante conhecida do panorama ciclístico espanhol, não só por constituir o final habitual da já extinta corrida Subida a Naranco, como por já ter sido várias vezes ultrapassada durante a Vuelta, principalmente entre os anos 80 e 90, onde marcava quase sempre presença na corrida. Trata-se de uma subida com cerca de 5.5 quilómetros de extensão, com uma inclinação média que se aproxima dos 7%.

Em 2013 a subida para Naranco foi percorrida na etapa 19, já muito próximo do final da Vuelta portanto. Joaquin Rodriguez o grande vencedor da jornada, num dia que Chris Horner roubou a liderança na geral a Vincenzo Nibali, que não mais a viria a perder.


Estamos agora com aquela que é, muito provavelmente, das mais tradicionais subidas do território espanhol. Lagos de Covadonga até nem é das mais antigas montanhas, já que foi apenas introduzida no percurso da Vuelta no ano de 1983, mas já albergou 22 finais de etapa. A subida situa-se a pouco mais de 1100 metros de altitude, mas a sua dureza, especialmente na primeira metade, tornaram-na um ícone do ciclismo espanhol. São 14 quilómetros de subida, a uma inclinação média de 6.9%.

A etapa 14 da Vuelta 2000, com chegada aos Lagos de Covadonga, veria uma excelente jornada para o ciclismo nacional, já que foi Andrei Zintchenko, na altura a correr pela LA-Pecol, a conquistar a vitória.

_________________

Corri milhares de vezes a Subida a Naranco com o Benfica no PCM2008. Covadonga ganha esta, mas pelo final que tem não vai ser fácil ir tão longe quanto isso.

Eish… todo o respeito por Covadonga mas aqui tenho de votar Naranco. Subida a Naranco tem um lugar especial no coração.

_________________

Fedaia vs Letras

Estamos em território sagrado do Giro, já que abordamos o imponente Fedaia (também conhecido por Marmolada). Esta é uma subida que foi pela primeira vez introduzida no Giro no ano de 1975, tendo sido já percorrida por 14 ocasiões na história da competição, com a 15ª a acontecer ainda esta temporada, que será a segunda ocasião em que uma etapa do Giro termina no Fedaia. Esta é uma subida que termina já acima dos 2000 metros de altitude o que, associada à sua extensão (14 quilómetros) e inclinação média (7.5%) a tornam bastante dura.

O ano é 2008, e o Fedaia é pela primeira vez final de etapa neste competição. A fuga do dia foi bem sucedida, como Emmanuele Sella a bater toda a concorrência por mais de 2 minutos.


Desta vez rumamos à América do Sul, onde se situa aquela que é, talvez, das mais longas montanhas do panorama ciclístico mundial. Refiro-me ao Alto de Letras, subida colombiana, e que é regular na Volta à Colômbia, que apresenta uma extensão de, nada mais, nada menos, 80 quilómetros! Esta subida apresenta "apenas" uma pendente média de 3.95%, no entanto são mais de 3000 metros de desnível, estando o topo situado a quase 3700 metros de altitude, o que a torna verdadeiramente impressionante.

Em 2021 a 7ªetapa da Volta à Colômbia fez todo o Alto de Letras em sentido inverso, ou seja em descida. Nesse dia foi Robinson Chalapud o grande vencedor, numa fuga de mais de 80 quilómetros.

_________________

Nunca vou esquecer aquela dupla jornada (que poderia ter sido tripla, caso o Pelizotti não estragasse a festa em Plan de Corones) do Sella. Pampeago + Fedaia.

_________________

Se o Contador vs Rasmussen de 2007 foram o que me chamou a atenção para o ciclismo, foram essas prestações do Sella que me agarraram definitivamente.

Iseran vs Penhas Douradas

O Col de l'Iseran pode ter sido introduzido no Tour de France ja no longínquo ano de 1938, mas o que é certo é que a subida demorou a consolidar-se como um clássico do Tour, se é que alguma o vez. No entanto a sua elevadíssima altitude, a perto de 2800 metros, torna esta subida como um colosso a ser ultrapassado, colocando em grandes dificuldades todos aqueles que ousem fazer frente. Trata-se de uma montanha com mais de 13 quilómetros de extensão e uma pendente média de 7.3% de inclinação, com várias rampas que ultrapassam os 10%.

Em 2019 o Iseran atingiu o seu patamar máximo de notariedade, uma vez que o Tour desse ano foi decidido aqui. Num dia em que a subida final para Tignes foi cancelada, devido ao mau tempo, Egan Bernal carimbou a vitória no Tour no Iseran.


A subida das Penhas Douradas é uma das mais clássicas montanhas da Volta a Portugal. Situada bem no coração da Serra da Estrela, esta não é propriamente a subida da Torre, mas apresenta uma extensão bastante considerável, ainda que tal dependa da vertente pela qual se sobe. Tanto a subida a partir de Gouveia como de Manteigas apresentam no entanto uma vertente relativamente suave. No entanto, a subida pela Estrada Florestal já apresenta outras características, com quase 11 quilómetros a mais de 6% de inclinação média, e uns 5 quilómetros iniciais extremamente duros.

Em 2017 a Volta ao Portugal do Futuro tinha a sua 3ªetapa com passagem pelas Penhas Douradas, onde estava situada uma contagem de montanha de 1ªcategoria. No final da etapa seria Cyril Barthe a vencer, na chegada ao Sabugal.

_________________